Cheia extraordinária no Rio Grande do Sul pode afetar outros países

Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Cheia extraordinária no Rio Grande do Sul pode afetar outros países

Serviço Geológico do Brasil está compartilhando dados do monitoramento da Bacia do Rio Uruguai com o Comitê da Bacia do Rio da Prata (CIC-Plata) para subsidiar ações preventivas

Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
Porto Alegre (RS) – A cheia que afeta o Rio Grande do Sul pode causar impactos em outros países da América do Sul, considerando que o volume de águas passa por rios transfronteiriços, que deságuam em outros territórios. Para apoiar ações preventivas, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) enviou um comunicado e informações sobre os níveis dos rios ao Comitê Intergovernamental dos Países da Bacia do Rio da Prata (CIC-Plata) – composto por representantes de Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Com grande experiência no monitoramento hidrológico, o SGB é uma referência para outras organizações internacionais. Os dados são enviados por meio do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Uruguai, que compõe a Bacia do Prata – considerada uma das maiores do mundo, com mais de 3,1 milhões km².

Conforme as informações dos boletins de alerta, na região há estações que estão acima da cota de inundação. Há tendência de elevação dos níveis em Itaqui, Uruguaiana e São Borja, que fazem fronteira com cidades da Argentina.


“Nosso papel vai além das fronteiras. Essa atuação representa o nosso compromisso em compartilhar nosso conhecimento e experiência, fornecendo aos nossos parceiros regionais dados que são essenciais para orientar decisões estratégicas que possam reduzir os impactos dessas cheias. Em situações críticas, como a que vivenciamos, é fundamental somar esforços e agir de forma colaborativa”, ressalta o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo. O intercâmbio de dados a respeito dos recursos hídricos é previsto no Tratado da Bacia do Prata, em vigor desde 1970.

Até o momento, solicitaram ao SGB o envio de boletins de alerta hidrológico: a Usina Hidrelétrica Binacional de Salto Grande, que fica no Rio Uruguai, na divisa Uruguai-Argentina, e o Sistema Nacional de Emergências do Uruguai.


Modelo internacional para previsões

Já foram emitidos 26 boletins de alerta por meio do SAH Uruguai. O SGB passou a incluir nesses boletins de alerta informações geradas a partir do Sistema de Suporte a Tomada de Decisão (SSTD), que é uma iniciativa do CIC-Plata, em parceria com instituições dos cinco países-membros da Bacia.

“O SSTD tem o objetivo de contribuir e fortalecer a capacidade de gestão integrada dos recursos hídricos na Bacia do Rio da Prata, fornecendo informações necessárias para ações de planejamento e tomada de decisões em nível regional”, explica a pesquisadora em geociências Camila Mattiuzi, representante do SGB no projeto.

Por meio desse sistema, foi elaborado um modelo de prognóstico de vazões, a partir de dados observados e previsão de precipitação, com escala diária, que permite antecipar cenários dos rios na bacia. A metodologia ainda está em fase de testes.

De acordo com as projeções, São Borja deve atingir o pico da cheia nesta quarta-feira (8). Em Itaqui, a cota máxima deve ser observada na sexta-feira (10) e, em Uruguaiana, o pico pode ocorrer no domingo (12).

Em nenhum caso o SGB pode ser responsabilizado por danos ou decisões, indiretos ou decorrentes, ou nenhum dano vinculado, que provenha do uso destes produtos.


Confira outros produtos que apoiam a prevenção de desastres na região:

>>Manchas de Inundação;

>>Mapeamento de áreas de risco;

>>Análise de Frequência de Cotas e Vazões dos Sistemas de Alerta Hidrológico Operados pelo SGB;

>>Chuvas Intensas e Equações IDF;

>>Ciclone Extratropical do RS em Junho de 2023;


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