Dados do Serviço Geológico do Brasil apoiam ações para prevenir ou reduzir impactos da seca nas regiões Norte e Nordeste

Quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Dados do Serviço Geológico do Brasil apoiam ações para prevenir ou reduzir impactos da seca nas regiões Norte e Nordeste

Informações geradas a partir do monitoramento de recursos hídricos foram apresentadas, na última semana, durante reuniões das Salas de Crise promovidas pela ANA

Seca compromete navegabilidade e afeta comunidades na Região Norte (Foto: Reprodução)
O monitoramento de recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) apoia as ações para prevenir e reduzir o impacto da seca nas regiões Norte e Nordeste. Nos dias 21 e 22 de setembro, as informações sobre níveis dos rios e situação dos aquíferos foram compartilhadas pela pesquisadora em geociências Luna Alves, durante reuniões das Salas de Crise promovidas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

Luna Alves apresentou informações geradas a partir da operação da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), por meio da parceria com a ANA, da Rede Integrada de Monitoramento de Águas Subterrâneas (RIMAS) e do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH), ambos projetos institucionais do SGB.

Na Região Nordeste, os Sistemas de Alerta contemplam as bacias dos rios Mundaú, Itapecuru, Parnaíba e São Francisco. Já no Norte, são disponibilizados SAHs nas bacias dos rios Amazonas, Branco, Madeira, Acre e Xingu. Ao todo, são 17 Sistemas atualmente em operação no Brasil.

Nordeste

Na 3ª Reunião da Sala de Crise da Região Nordeste, realizada na quinta-feira (21), a pesquisadora Luna Alves destacou que, na maioria das estações monitoradas, os níveis estão dentro da normalidade para o período: “Estamos em uma época em que as chuvas ainda vão começar na Região Nordeste. O que nos preocupa é que, caso a chuva demore a chegar, a expectativa é que esses níveis dos rios comecem a apresentar descida de nível”.

A pesquisadora falou também sobre os aquíferos da região. O SGB tem 79 pontos de monitoramento na área abordada, que por meio da RIMAS, registram variações nos níveis das águas subterrâneas. Os resultados desse monitoramento permanente e contínuo podem propiciar a médio e longo prazos, a identificação de impactos às águas subterrâneas em decorrência da exploração ou das formas de uso e ocupação dos terrenos, a estimativa da disponibilidade do recurso hídrico subterrâneo, dentre outras informações.

Norte

Durante a 3ª Reunião da Sala de Crise da Região Norte, na sexta-feira (22), Luna Alves alertou que a situação da vazante já é crítica em diversas das estações de monitoramento. Esse cenário é resultado das chuvas, que estão abaixo do esperado para o período. Um dos locais em que o quadro está mais grave é em Tabatinga, na entrada do Rio Solimões no Brasil. “A cota atual é de -41, sendo que a mínima foi -86, em 2010. Já estamos com a segunda cota mais crítica de toda a série histórica de monitoramento de Tabatinga”, alerta.

A pesquisadora reforça que o baixo nível do rio afeta a navegabilidade na região. “Já compromete o acesso de crianças a escolas. Há casos de pessoas, de algumas comunidades, que não conseguem chegar aos centros maiores, além de haver dificuldade para o acesso a hospitais e unidades básicas de saúde”. A seca também afeta atividades de subsistência, como a pesca.

Conforme as análises, o cenário em Tabatinga refletirá no nível das águas em Manaus e região nos próximos 20 a 30 dias. “É provável que a gente observe níveis dos rios descendo nas próximas semanas e com velocidade expressiva”, ressalta Alves.

Sala de Crise

As salas são espaços de articulação, que fazem parte de plano de contingência elaborado devido à chegada do El Niño em junho deste ano, o que pode provocar déficit de chuvas e vazões nas regiões, de modo a comprometer a segurança hídrica e impactar os usos múltiplos das águas – para abastecimento e transporte, por exemplo. Esses encontros reúnem representantes de órgãos governamentais e não governamentais. As reuniões são transmitidas ao vivo e ficam gravadas no canal da ANA,no YouTube.

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