Geologia marinha: SGB participa de expedição científica na região da Margem Equatorial

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Geologia marinha: SGB participa de expedição científica na região da Margem Equatorial

Os estudos serão realizados com coleta de material entre 130 e 800 metros de profundidade

Foto de expedição realizada em 2023 no Navio de Pesquisa Hidroceanográfico (NPqHo) “Vital de Oliveira” (Foto: Ministério da Defesa/Divulgação)
O pesquisador do Serviço Geológico do Brasil (SGB) Vadim Harlamov, juntamente com representantes da Petrobras e de 10 universidades de estados que compõem a região geográfica da Margem Equatorial, além de duas instituições de pesquisa do Sudeste, participam de expedição científica no Navio de Pesquisa Hidroceanográfico (NPqHo) “Vital de Oliveira”, operado pela Marinha do Brasil.

A partir do dia 30 de março, a equipe estará a bordo da embarcação, focados principalmente em aprofundar estudos sobre a geologia marinha da região. A Margem Equatorial se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá e é considerada uma nova e promissora fronteira para exploração na plataforma continental brasileira. Os estudos serão realizados com coleta de material entre 130 e 800 metros de profundidade, a cerca de 150 quilômetros da costa, na porção marítima do Amapá.

Para Márcio Valle, oceanógrafo e analista em geociências, o projeto “Mapeamento e Zoneamento do Grande Sistema Recifal do Amazonas entre os Estados do Amapá e Maranhão” – Projeto Amazonas/SGB, executado em colaboração com Petrobras, MCTI e Marinha do Brasil – representa a continuidade das atividades no mar brasileiro, já iniciadas desde a década de 1970.

“Neste momento, esse projeto representa uma expansão das mais recentes atividades da Divisão de Geologia Marinha (DIGEOM) do SGB para a margem equatorial brasileira – nova fronteira para a exploração de hidrocarbonetos. Seu objetivo principal é o zoneamento de detalhe de um grande sistema de recifes, descoberto recentemente, ainda pouco conhecido e localizado ao largo da foz do Rio Amazonas, entre os estados do Amapá e do Maranhão”, informou.

Segundo Valle, esse estudo se faz necessário pois o estado brasileiro deve estabelecer uma linha de base ambiental da região, antes do início de eventuais atividades de explotação, seja de minérios ou de óleo e gás, como forma de dimensionar corretamente o uso desse espaço geográfico, disciplinando o uso racional e sustentável de seus recursos, e avaliar o futuro impacto de tais atividades.

O oceanógrafo e pesquisador do SGB, Vadim Harlamov, falou sobre sua participação na comissão. “Será na rotina de aquisição e processamento de dados, verificando a logística de levantamentos numa área inédita à atuação da Divisão de Geologia Marinha: a Margem Equatorial brasileira. Devo participar ativamente das atividades de mapeamento do leito marinho, coleta e armazenamento de amostras geológicas e sondagens oceanográficas, nominalmente medição de correntes e hidroquímica marinha”.

E acrescentou: “Minha expectativa como colaborador do SGB é conhecer as capacidades de operação da embarcação a fim de otimizar o planejamento para as próximas campanhas; pessoalmente, espero ampliar meus horizontes de mapeamento geológico, oceanográfico e ambiental, através do intercâmbio técnico-científico com os demais pesquisadores a bordo.

A partir dos resultados dessa expedição, a comunidade científica poderá melhor compreender e monitorar os componentes ambientais relevantes da Margem Equatorial, como habitats e grupos biológicos sensíveis, etapa fundamental para futuros programas ambientais.

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